quarta-feira, 10 de abril de 2013

A Garota da Echarpe Verde

Se quando você ouve que alguém é viciado em compras, já imagina uma garota ruiva saltitando feliz na frente da vitrine da Yves Sant Laurent ou soterrando a melhor amiga com roupas que explodiram do guarda-roupa, então o filme “Os delírios de consumo de Becky Bloom” é um velho conhecido.

Relógios, couro italiano, sapatos, vestidos, não importa o que seja, para essa jornalista, (porque sempre tem uma jornalista nesses filmes?) fazer compras deixa o mundo mais bonito e a vida mais feliz mesmo que seja por um momento. Porém, o que ela não se dá conta é que mais dia ou menos dia a fatura do cartão de crédito chega, junto com todos os credores.

O filme de 2009 é encantador porque mistura comédia, romance, moda e várias pitadas de lições com questões éticas e profissionais, sobre coisas mais importantes do que dinheiro, compras e status. Além é claro de trazer os fofos Isla Fischer (sempre a confundo com Amy Adams) e Hugh Dancy.


Imagino que viver em Nova York com todas as lojas dos grandes estilistas dançando a sua frente não deve ser fácil, mas se a sua carteira não aguenta a emoção, e sai logo pulando para fora da bolsa é sempre bom ter um controle maior e não seguir a luz, nem nada que brilhe muito.

Não me considero uma viciada em compras, na verdade, estou muito longe disso, - é claro que nenhum viciado assume que é, mas eu não sou! - porém, como ninguém é de ferro, acredito que todo mundo tem um dia de Becky Bloom, torcendo para que o cartão de crédito ou débito seja aceito, vibrando quando a mensagem “transação provada” aparece na máquina, sentindo que tudo é maravilhoso com uma nova aquisição e até mesmo se apaixonando por uma echarpe verde, como eu. 

Pois é, sucumbi à tentação e comprei uma echarpe verde da cor do dinheiro e do sucesso, como bem diria a manequim do filme. Já tinha sido uma paixão à primeira vista, com muito custo resisti bravamente, mas da segunda vez que a gente se encontrou – sim, precisa ser um encontro mútuo -, percebi que era a última peça e juntamente com um par de brincos de asas brilhantes, o pedaço de pano saltou para dentro da minha bolsa, se protegendo de outras consumidoras ensandecidas e guarda-roupas embolorados. E agora, assim como Becky, sou uma jornalista com uma echarpe verde escrevendo sobre moda acessível.


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