Na correria do dia-a-dia em que compras, contas, trabalhos e estudos se misturam em uma coisa só e quando é quase impossível manter o guarda-roupa em ordem, a não ser que você tenha quem arrumá-lo, parece que esse móvel aparentemente inofensivo, que tem a única função de manter em um lugar seguro alguns pedaços de pano, entra em uma espécie de revolta. Ele insiste em esconder as peças que estou procurando e faz reaparecer outras que eu preferia que já tivessem saído de lá.
Seria até engraçado, se não fosse trágico o fato de ter que se trocar no escuro. Ah, e isso não é uma figura de linguagem é literal, mesmo. Porque quando abro o meu guarda-roupa de manhã, se é que se pode chamar de manhã, às cinco e meia da madrugada, sem poder acender a luz para não acordar a minha irmã e preciso descobrir uma roupa para trabalhar, eu digo que isso é exatamente o que devemos chamar de missão impossível.
É por isso, que quando me sobra alguns minutos na minha semana, tiro tudo que tem dentro e arrumo todas as peças por cores, não que isso ajude muito no escuro, mas ainda sim é mais fácil saber o que vou encontrar quando estiver apalpando o lado esquerdo ou direito das prateleiras. Uma tática de guerra que criei para não chegar ao trabalho, com uma blusa amarelo canário e uma calça social roxa.
Arrumar o guarda-roupa é uma arte, e quando as mães pedem para organizar o nosso é porque, certamente, estão pensando no futuro. Afinal, não se pode sobreviver muito tempo no mundo moderno com um guarda-roupa em eterna revolta.
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